As empresas familiares constituem uma grande parte da economia global, representando mais de 60% dos negócios em vários países. Apesar de sua contribuição, muitas enfrentam dificuldades em garantir sua continuidade ao longo das gerações. Nesse contexto,o planejamento sucessório surge como um fator essencial para a longevidade dessas organizações.
Esse planejamento consiste na definição de estratégias que assegurem a transição do controle e da propriedade do negócio para a próxima geração. Essa abordagem não se limita a escolher um sucessor, mas também abrange a criação de um diálogo aberto sobre os objetivos futuros da empresa e o alinhamento das expectativas entre os membros da família.
A Deloitte, empresa global que presta serviços de consultoria, auditoria, gestão de riscos e tributação, conduziu uma pesquisa em 2019 e constatou que, embora 68% das empresas familiares desejem manter o negócio dentro da família, muitas ainda não possuem um planejamento sucessório formal. A ausência dessa estrutura pode levar a desentendimentos e conflitos internos, comprometendo a estabilidade da empresa.
Um aspecto importante do planejamento sucessório é a necessidade de equilibrar as demandas de curto prazo com as metas de longo prazo. As empresas frequentemente se concentram em resultados financeiros imediatos, em detrimento de estratégias que promovam a sustentabilidade no futuro, podendo prejudicar a capacidade de adaptação das empresas a um ambiente de negócios em constante mudança.
Um plano sucessório bem elaborado pode ajudar a diminuir esses riscos. Planejar com antecedência permite que as empresas definam papéis e responsabilidades, promovendo uma gestão mais profissional, além de facilitar a transição de conhecimento e habilidades, garantindo que os sucessores estejam preparados para enfrentar os desafios a longo prazo.
No contexto do Brasil, a pesquisa da Deloitte revelou uma diferença: no país, os empresários demonstram um menor apego à posse da empresa familiar, priorizando a sua sustentabilidade financeira. Este cenário reflete uma priorização da profissionalização das estruturas de governança corporativa como uma maneira de garantir a sobrevivência e a competitividade das empresas no longo prazo.
“No Brasil, os empresários aparecem menos apegados à empresa. Há uma tendência a trocar o controle da organização pelo sucesso financeiro no longo prazo. Essa é uma novidade no estudo”, afirma o sócio do setor de Risk Advisory da Deloitte, Ricardo Teixeira.
FONTES
“O desafio das empresas familiares: garantir a longevidade em meio às demandas de curto prazo” – Valor
“Planejamento sucessório: conheça a importância e saiba como fazer” – Infomoney
https://www.infomoney.com.br/guias/planejamento-sucessorio/
“Plano de Sucessão: o que é e como fazer [Guia completo]” – Mereo
https://mereo.com/blog/plano-de-sucessao/
“Sucessão familiar – como preparar a próxima geração” – Portal Sebrae